Mas Estêvão, cheio do Espírito Santo, levantou os olhos para o céu e viu a glória de Deus, e Jesus de pé, à direita de Deus,
e disse: "Vejo o céu aberto e o Filho do homem de pé, à direita de Deus".
Mas eles taparam os ouvidos e, gritando bem alto, lançaram-se todos juntos contra ele,
arrastaram-no para fora da cidade e começaram a apedrejá-lo.
As testemunhas deixaram seus mantos aos pés de um jovem chamado Saulo.
Enquanto apedrejavam Estêvão, este orava: "Senhor Jesus, recebe o meu espírito".
Então caiu de joelhos e bradou: "Senhor, não os consideres culpados deste pecado". E, dizendo isso, adormeceu.
Atos 7:55-60
E Saulo estava ali, consentindo na morte de Estêvão
Atos 8:1
Antes de começar vale um explicação. Vou dividir esse assunto em duas partes para que o texto não fique excessivamente longo.
Jesus recebeu Estevão em pé ao lado de Deus Pai.
Estevão foi apedrejado por causa dessa visão. Essa visão é o final da defesa de Estevão quando questionado pelo sumo sacerdote nos seguintes termos:
“Então o sumo sacerdote perguntou a Estêvão: "São verdadeiras estas acusações? "”
Atos 7:1
As acusações que chegaram ao sumo sacerdote foram levadas por membros da Sinagoga dos Libertos e de judeus de outros lugares. Esses homens subornaram testemunhas para mentirem a respeito de Estevão e o pior é que fizeram isso porque não conseguiam resistir à sabedoria e ao Espírito com que estevão falava (Atos 6:9-14).
Depois do questionamento do sumo sacerdote, Estevão faz uma narrativa da história dos hebreus e no final ele acusa os sacerdotes de serem iguais aos seus antepassados, que resistiram ao Espírito Santo e perseguiram aos profetas, matando alguns deles. Da mesma forma que os antepassados fizeram isso, os sacerdotes traíram e mataram a Jesus (Atos 7:2-53).
Após isso, todos que estavam ali “ficaram furiosos e rangiam os dentes contra ele” (Atos 7:54).
Depois dessa breve explicação, voltemos ao texto que apresentamos no início.
Em Atos é dito que Estevão era um “homem cheio de fé e do Espírito Santo” (Atos 6:5) e que era um “homem cheio da graça e do poder de Deus, realizava grandes maravilhas e sinais entre o povo” (Atos 6:8).
Estevão foi escolhido como um dos primeiros diáconos na história da igreja (Atos 6:5).
Observe no versículo 3 de Atos 6 que os diáconos deveriam ser “homens de bom testemunho, cheios do Espírito e de sabedoria".
Embora o trabalho do diácono parecia ser simples, ele tinha de ser alguém que tivesse bom testemunho, tivesse fé, fosse cheio do Espírito Santo e que tivesse sabedoria.
Não é pouca coisa. Só pessoas com um relacionamento íntimo com o Espírito Santo podem ter essas qualidades.
Quando entendemos quem era Estevão, notamos o quão insana era a oposição dos sacerdotes da época.
Estevão tinha bom testemunho do povo, mas os homens que foram testemunhas na morte dele não tinham esse bom testemunho, já que aceitaram suborno para serem falsas testemunhas. Em Deuteronômio 19:15-19 está registrado que a acusação contra alguém deveria ter duas ou três testemunhas. Além disso, há a advertência de que a falsa testemunha deveria receber a punição que ela planejava contra seu irmão.
Aqui, isso não aconteceu. Havia ali falsas testemunhas acusando Estevão. O sumo sacerdote deveria ter averiguado isso e deveria ter aplicado a punição nas falsas testemunhas. Além disso, ele não ouviu testemunhas de defesa, não separou um tempo para analisar as acusações e tomar sua decisão. O julgamento já não era justo, pois todos, inclusive aquele que deveria julgar com justiça, já tinham decidido o que iriam fazer.
Estevão foi arrastado para fora da cidade e ali foi apedrejado. Esses atos de arrastar alguém para fora da cidade e apedrejá-lo está registrado em Levítico 24:14:
“"Leve o que blasfemou para fora do acampamento. Todos aqueles que o ouviram colocarão as mãos sobre a cabeça dele, e a comunidade toda o apedrejará” (Levítico 24:14).
O que levou Estevão à morte foi ele ter dito: “Vejo o céu aberto e o Filho do homem de pé, à direita de Deus" (Atos 7:56).
Efetivamente, Estevão estava afirmando que Jesus era igual a Deus por estar ao lado dEle. Isso era impensável para um judeu e ainda é até os dias de hoje. Essa foi a blasfêmia que, em tese, permitiu que todas aquelas pessoas, incluindo o sumo sacerdote, levassem Estevão à morte.
O fervor daquelas pessoas pela lei mosaica e a falta de entendimento da mesma é que as levaram a cometer um ato tão horrendo de injustiça.
O fervor religioso sem o Espírito Santo é sem valor algum. Só o Espírito Santo pode nos levar ao conhecimento da verdade. Resistir a Ele é resistir à verdade e isso nos leva a julgamentos injustos. Jesus nos advertiu para que não julguemos antes de retirar de nós aquilo que nos impede de julgar corretamente (Mateus 7:1-5).
Podemos aprender com a morte de Estevão que a caminhada com Cristo não nos livra da oposição, das falsas testemunhas e dos problemas neste mundo. Jesus nos advertiu que “Neste mundo vocês terão aflições; contudo, tenham ânimo! Eu venci o mundo" (João 16:33).
Tenhamos ânimo para vencer esse mundo!
Ainda, antes de morrer, Estevão nos ensina como um cristão cheio do Espírito Santo deve pensar e agir em relação àqueles que não tem o mesmo relacionamento com Deus:
“Enquanto apedrejavam Estêvão, este orava: "Senhor Jesus, recebe o meu espírito".
Então caiu de joelhos e bradou: "Senhor, não os consideres culpados deste pecado". E, dizendo isso, adormeceu” (Atos 7:59,60).
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