O Senhor propôs duas alianças: a primeira no monte Sinai especificamente com os israelitas e a segunda na cruz no monte do calvário para toda a humanidade.
Sumário
Introdução
Alianças são forjadas a todo momento, tanto aquelas simbolizadas pelo anel de casamento quanto outras firmadas por um documento com os termos para que a aliança seja mantida e, caso seja quebrada, as punições decorrentes dessa quebra.
Ouvimos muito hoje em dia, inclusive numa música cristã que ficou muito conhecida por falar exatamente disso, que o Senhor é um Deus de alianças.
O Senhor firmou aliança com Abraão, Isaque, Jacó, Israel e por aí vai.
Vamos ver um pouco mais sobre esse assunto.
Texto De Referência
Êxodo 19:5,6 | NVI
⁵ Agora, se me obedecerem fielmente e guardarem a minha aliança, vocês serão o meu tesouro pessoal dentre todas as nações. Embora toda a terra seja minha, ⁶ vocês serão para mim um reino de sacerdotes e uma nação santa’. Essas são as palavras que você dirá aos israelitas".
Êxodo 24:3,8 | NVI
³ Quando Moisés se dirigiu ao povo e transmitiu-lhes todas as palavras e ordenanças do Senhor, eles responderam em uníssono: "Faremos tudo o que o Senhor ordenou".
⁴ Moisés, então, escreveu tudo o que o Senhor dissera. Na manhã seguinte Moisés levantou-se, construiu um altar ao pé do monte e ergueu doze colunas de pedra, representando as doze tribos de Israel.
⁵ Em seguida enviou jovens israelitas, que ofereceram holocaustos e novilhos como sacrifícios de comunhão ao Senhor.
⁶ Moisés colocou metade do sangue em tigelas e a outra metade derramou sobre o altar.
⁷ Em seguida, leu o Livro da Aliança para o povo, e eles disseram: "Faremos fielmente tudo o que o Senhor ordenou".
⁸ Depois Moisés aspergiu o sangue sobre o povo, dizendo: "Este é o sangue da aliança que o Senhor fez com vocês de acordo com todas essas palavras".
Êxodo 25:8 | NVI
⁸ "E farão um santuário para mim, e eu habitarei no meio deles.
As Alianças De Deus Com Israel E Com Toda Humanidade
Após o Senhor ter retirado Israel da terra do Egito, Ele ordenou que parassem ao pé do monte Sinai e ali o Senhor deu ordens a Moisés.
Logo no início o Senhor pediu obediência para guardarem a aliança que Ele estava fazendo com Israel.
Como todos sabemos, até de forma intuitiva por causa do casamento e do simbolismo do anel de casamento, uma aliança é um pacto que é feito entre duas partes. No casamento há o pacto de um ser fiel ao outro e, caso haja infidelidade por uma das partes, então, o pacto é desfeito e o anel que simbolizava a aliança é retirado.
Então, uma aliança necessita que as duas partes concordem com o teor do pacto. Se não concordarem não haverá pacto e, assim, não estará formada a aliança.
Na segunda guerra mundial houve a formação de alianças entre países. Essas alianças seguiam um pacto no qual havia os objetivos para cada grupo aliançado.
Entendido o que é uma aliança, vemos que o Senhor propôs uma aliança entre Ele e Israel. Para que fosse firmada essa aliança era necessário que o povo aceitasse os termos impostos pelo Senhor.
Note que diferentemente das alianças entre seres humanos, que pressupõe uma igualdade entre as partes, a aliança foi determinada de forma desigual, pois, quem propôs a aliança é superior a tudo e a todos.
Essa desigualdade é importante porque o Senhor, sendo santo e perfeito, impôs mandamentos que deveriam ser obedecidos pelo povo, pessoas pecadoras e, por conseguinte, imperfeitas, para que a aliança não fosse quebrada.
A parte da aliança que cabia ao Senhor era habitar no meio do povo e é lógico que isso traria benefícios. O povo estaria debaixo da proteção e da direção do Senhor.
Concluo que a obediência do povo aos mandamentos manteria a aliança entre o Senhor e eles e, assim, o povo entraria na terra prometida.
Sabemos que depois de firmada a aliança o povo se rebelou por diversas vezes durante a caminhada no deserto e todos esses que se rebelaram ficaram pelo caminho (na verdade, morreram mesmo). Só entraram na terra prometida aqueles que se mantiveram fiéis ao Senhor durante os 40 anos de peregrinação.
Note também que para selar a aliança Moisés teve de aspergir sobre os israelitas o sangue dos sacrifícios feitos anteriormente e, assim, a aliança estava selada.
Os elementos da aliança foram a palavra do Senhor escrita num livro por Moisés e o sangue dos holocaustos e sacrifícios feitos para o Senhor. O Senhor entregou a palavra, ou seja, os termos da aliança e a resposta foi a entrega dos sacrifícios ao Senhor.
Pronto, a aliança estava formada.
Hoje, nós cristãos e cristãs, temos uma aliança com o Senhor selada pela aspersão do sangue de Cristo sobre nossas vidas.
Os termos da aliança também foram impostos pelo Senhor, pois, para que a aliança seja formada é necessário que aceitemos que Jesus Cristo é Senhor e Salvador. Devemos aceitar que a morte expiatória de Jesus na cruz é definitiva e suficiente para que sejamos perdoados de nossos pecados.
A nós cabe obedecermos aos mandamentos do Senhor escritos por vários homens de Deus que perfazem o Novo Testamento ou a nova aliança.
Então, se o Senhor disse que o mais importante é o amor, então devemos amar.
Se ele disse que não devemos dar oportunidade para a violência oferecendo a outra face, então é isso que devemos fazer, embora nossa natureza humana tenha dificuldades de aceitar isso.
Tudo o que é dito no Novo Testamento pode ser difícil de ser cumprido somente porque fomos ensinados que a natureza humana é contrária a tudo isso, e isso está correto. Mas, se a natureza humana é contrária aos mandamentos, então, a palavra de Deus nos ensina a matar essa natureza (no sentido figurado, ou seja, devemos deixar de seguir os ditames da velha natureza que tem o ego do ser humano como o centro de tudo).
E como fazer isso?
Bem, precisamos aprender o que é ser uma nova criatura em Jesus. Para isso, precisamos colocar em prática em nossa vida tudo o que aprendemos na palavra de Deus, como dito acima no caso do amar e de oferecer a outra face, mas também precisamos conhecer o que mais o Senhor Jesus nos ensina.
Outra coisa é que, para se manter a aliança é necessário carregar a própria cruz, ou seja, aceitar que somos filhos de Deus e que sofreremos oposição daqueles que vivem na velha natureza. Quanto a esses, a palavra nos ensina a orar por eles e a tentar levá-los a Cristo, sempre com a ajuda do Espírito Santo sem o qual não conseguiremos fazer nada.
Aqueles que se manterem fiéis mesmo nos momentos de aflição ou de perseguição estarão dentro da aliança com o Senhor e, da mesma forma que o Senhor habitaria no meio de Israel através do tabernáculo, Ele habitará em nosso meio como igreja e individualmente dentro de nós através do Espírito Santo.
Assim como ao aceitar os termos da aliança Israel se transformou em nação santa, nós também nos tornamos nação santa ao aceitarmos o Senhor Jesus:
1 Pedro 2:9 | NVI
⁹ Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.
A velha natureza vive nas trevas porque ainda não conheceu a luz ou ainda não aceitou aquele que morreu de uma vez por todas para o pecado, mas ao reconhecer e aceitar isso surge uma nova natureza que nada tem a ver com a antiga, pois é uma natureza criada por Deus, ou seja, não mais uma natureza que foi criada no ser humano quando Adão pecou no jardim do Éden.
Note que a primeira natureza de Adão era aquela que tinha contato íntimo com o Senhor, pois, este ia falar com Adão todos os dias na viração do dia. Jesus veio para não apenas restabelecer essa natureza, mas para ampliá-la, pois, Adão recebia a visita do Senhor exteriormente, mas através de Cristo nós recebemos o Senhor interiormente, através do Espírito Santo e isso não é apenas na viração do dia, mas continuamente.
Posso entender então que o segundo Adão (Jesus Cristo) é aquele que cria uma nova natureza em nós para que possamos manter os termos da aliança conquistada na cruz do calvário pelo sangue do Senhor Jesus.
Pense nisso.
Conclusão
Vimos que o Senhor firmou uma aliança com Israel como um povo e que este povo passou a ser conhecido como nação santa.
Porém, para manter a aliança Israel precisaria cumprir os mandamentos que o Senhor impôs e que foram escritos por Moisés num livro. Não cumprir esses mandamentos seria uma quebra da aliança por parte do povo.
Em troca o Senhor habitaria no meio do povo e, sendo assim, os protegeria e teria um relacionamento com eles.
Com a aliança firmada através do sangue de Jesus nós recebemos o mesmo do Senhor, ou seja, Ele prometeu estar no meio da igreja e dentro de cada um de nós.
Essas verdades são eternas, pois a palavra do Senhor é eterna e é verdadeira.
Estejamos firmados nessa aliança que foi feita pelo precioso sangue de Jesus. Obedeçamos ao Senhor conhecendo sua palavra para que não nos encontremos como as virgens que não tinham azeite suficiente para esperarem o noivo até o momento da vinda dele.
Que o Senhor te abençoe e te guarde!
Dica De leitura
Reino de Deus Através das Alianças de Deus
por Peter J. Gentry e Stephen J. Wellum
Sinopse
Nesta obra, os autores oferecem ao leitor um resumo acerca da estrutura abrangente da Bíblia. Ao identificar a relevância do conceito de "aliança" ao longo do Antigo e do Novo Testamento, o livro explora como os pactos de Deus com o seu povo sustentam a história da redenção e, assim, traça um caminho intermediário entre a teologia da aliança e o dispensacionalismo.
Combinando teologia bíblica e sistemática, Gentry e Wellum mostram as implicações das alianças em áreas como cristologia, eclesiologia, escatologia e hermenêutica, e também explicam:
▪ porque as alianças são fundacionais na narrativa bíblica;
▪ o significado das alianças em seu próprio contexto;
▪ o desenvolvimento progressivo de cada aliança em relação à anterior;
▪ e como elas encontram seu cumprimento em Jesus.
Detalhes do produto
Editora: Edições Vida Nova; 1ª edição (1 janeiro 2021)
Idioma: Português
Capa comum: 320 páginas
ISBN-10: 6586136016
ISBN-13: 978-6586136012
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