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  • Marcelo Salles Pereira

Até O Fim!

Atualizado: 13 de out. de 2023


Morte de Estevão
Apedrejamento e morte de Estevão

Texto de referência:


Mas Estêvão, cheio do Espírito Santo, levantou os olhos para o céu e viu a glória de Deus, e Jesus de pé, à direita de Deus, e disse: "Vejo o céu aberto e o Filho do homem de pé, à direita de Deus".

Mas eles taparam os ouvidos e, gritando bem alto, lançaram-se todos juntos contra ele,

arrastaram-no para fora da cidade e começaram a apedrejá-lo. As testemunhas deixaram seus mantos aos pés de um jovem chamado Saulo.

Enquanto apedrejavam Estêvão, este orava: "Senhor Jesus, recebe o meu espírito".

Então caiu de joelhos e bradou: "Senhor, não os consideres culpados deste pecado". E, dizendo isso, adormeceu.

(Atos 7:55-60)


A esperança


Às vezes penso se sou o tipo de pessoa que toma uma decisão e realmente vai até o fim com ela, não importando qual a consequência. É verdade que a decisão precisa ser a correta sem nenhuma sombra de dúvida, caso contrário seguir em frente com uma decisão errada não seria nada inteligente, para dizer o mínimo.


No texto acima vejo alguém, Estevão, que tomou a decisão de seguir a Cristo e foi até o fim nessa decisão. Estevão tinha um relacionamento tão íntimo com o Espírito Santo que ele pediu a Deus que perdoasse as pessoas que o estavam apedrejando.


Como seguidor de Cristo, Estevão sabia que seu mestre e salvador tinha dito palavras semelhantes na cruz: "Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que estão fazendo” (Lucas 23:34). Estevão disse o seguinte antes de morrer: "Senhor, não os consideres culpados deste pecado". Vemos como um seguidor verdadeiro de Cristo imita as palavras e ações dEle.


Pelo texto lido conseguimos entender que Estevão tinha a esperança de estar com Cristo: "Senhor Jesus, recebe o meu espírito". Creio que isso certamente o ajudou a permanecer firme até o fim.


Isso é importante. Em seu sermão profético, Jesus disse: “Devido ao aumento da maldade, o amor de muitos esfriará, mas aquele que perseverar até o fim será salvo (Mateus 24:12,13”. Aqui temos uma afirmação e uma promessa; e as promessas de Deus sempre se cumprem.


Se perseverarmos até o fim seremos salvos. Guarde isso em seu coração.


Percebemos nessa comparação entre Estevão e Cristo que Estevão era um imitador de Cristo no melhor sentido da palavra. Assim como Cristo foi até o fim em sua decisão de fazer a vontade de Deus, Estevão foi até o fim em sua decisão de seguir a Cristo.


A importância de ser um imitador


Vamos trazer o contexto a respeito do surgimento e a vida de Estevão antes de prosseguir com o texto.


Em Atos 6:1 é relatada uma discussão entre os judeus de fala grega e os de fala hebraica. Os de fala grega diziam que suas viúvas eram esquecidas quando da distribuição diária de alimento.


Então, os apóstolos decidiram separar “sete homens de bom testemunho, cheios do Espírito e de sabedoria” para servirem as mesas (Atos 6:2, 3).


Logo depois são citados os sete escolhidos, mas somente de Estevão é dito que era “cheio de fé e do Espírito Santo”, embora devamos supor que os outros também eram cheios do Espírito Santo, pois esse era um pré-requisito para ser um diácono (isso mesmo, esse texto relata o surgimento dos primeiros diáconos).


Além do que foi dito inicialmente a respeito de Estevão, temos ainda em Atos 6:8: “Estêvão, homem cheio da graça e do poder de Deus, realizava grandes maravilhas e sinais entre o povo”.


Embora Estevão não fosse um apóstolo, ele realizava atos semelhantes a estes.


Os apóstolos andaram com Cristo, porém, não sabemos se Estevão conheceu a Jesus que Ele viveu neste mundo.


Se ele não conheceu a Cristo em vida, então posso supor que ele era um discípulo dos apóstolos e conheceu a Jesus através do testemunho deles.


Ele deve ter acompanhado as curas, maravilhas e sinais que o Espírito Santo realizava através dos apóstolos, além do poder da palavra de Deus dita através de suas bocas e que levavam muitos à Cristo. Isso deve ter impactado muito sua vida.


Aqui notamos como é importante que a igreja tenha pessoas realmente cheias de graça e do poder de Deus, pessoas cheias do Espírito Santo. O testemunho dessas pessoas impacta a vida de muitas pessoas e muitas dessas pessoas podem se transformar em imitadoras de Cristo por causa desse testemunho.


Querer o mesmo que as pessoas cheias do Espírito Santo possuem em termos espirituais não é errado, não é inveja. Isso é somente querer ter mais intimidade com Deus e expressar essa intimidade através da pregação da palavra, de profecias, curas etc.


Em relação a Estevão, podemos supor que ao viver tudo isso junto aos apóstolos ele creu e, mais que isso, colocou em prática tudo o que viu e aprendeu. Ele deve ter buscado a Deus de forma intensa e essa busca trouxe frutos. Aliás, creio que quanto mais alguém busca à Deus mais intimidade essa pessoa passa a ter com Ele e mais fruto essa pessoa dará para Ele. Jesus disse:


“Eu sou a videira; vocês são os ramos. Se alguém permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; pois sem mim vocês não podem fazer coisa alguma” (João 15:5).


Então, parece ser natural que Estevão estava produzindo tanto fruto para o reino de Deus.


O relacionamento com Deus


Vamos tentar usar uma comparação para entendermos a intimidade de Estevão com Deus: Numa relação entre seres humanos quanto mais tempo passamos com outra pessoa mais íntimo nos tornamos dela, mais somos influenciados por ela e mais a influenciamos, porém isso é o relacionamento entre seres humanos. Em relação ao relacionamento com Deus teremos uma diferença: se passarmos mais tempo com Ele seremos influenciados por Ele, porém, não o vamos influenciar. Deus disse em Isaías 55:8:


“Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o Senhor”.


Ter um relacionamento com Deus é querer ser influenciado por Ele sem querer receber nada em troca, mas somente dar fruto para o reino dEle neste mundo. Isso não quer dizer que o Senhor não vai nos abençoar, pois Ele prometeu que nos daria uma vida abundante neste mundo; tanto uma vida abundante nas coisas desse mundo quanto uma vida espiritual abundante em nossa vida espiritual.


Podemos dar frutos das duas formas: sendo usados de forma sobrenatural e sermos usados para ajudar aos outros em suas necessidades neste mundo.


Atitude frente à morte


Estevão começou a ser usado por Deus de tal forma que, como vimos mais acima, era reconhecido como um “homem cheio de graça e do poder de Deus”.


Agora, pensemos um pouco nisso.


Qual a reação dos apóstolos frente à morte? Algum deles pareceu preocupado ou com medo? Algum deles reclamou? Se Estevão parecia seguir fielmente a Deus, porque ele ficaria com medo, ou preocupado ou reclamaria naquele momento final de sua vida?


Parece-me que quando alguém tem essa intimidade com Deus, ela passa a viver aqui na terra para levar pessoas ao conhecimento do reino de Deus e à salvação em Jesus Cristo. Essa pessoa faz isso vislumbrando algo ainda melhor no futuro, que é estar com Jesus Cristo. Vemos isso nas palavras de Paulo:


“Estou pressionado dos dois lados: desejo partir e estar com Cristo, o que é muito melhor; contudo, é mais necessário, por causa de vocês, que eu permaneça no corpo.

Convencido disso, sei que vou permanecer e continuar com todos vocês, para o seu progresso e alegria na fé, a fim de que, pela minha presença, outra vez a exultação de vocês em Cristo Jesus transborde por minha causa” (Filipenses 1:23 – 26)”.


É exatamente disso que estou falando. Paulo tinha consciência que a vida dele aqui neste mundo era para o bem dos outros; sua vida era voltada para dar frutos para o reino de Deus. Ele sabia que a morte não era o fim de tudo, mas o início de algo ainda melhor.


Agora, pergunto ao leitor: quando você lê a curta história de Estevão relatada no livro de Atos (se você ainda não leu, sugiro que leia. Está nos capítulos 6 a 8 de Atos dos Apóstolos), você consegue enxergar a relação com o relato de Paulo em Filipenses 1:23-26 que lemos acima?


Se sim, então você consegue entender a razão de Estevão ter pedido a Deus para perdoar seus algozes. Alguém cheio do Espírito Santo não perde tempo com rancores, vinganças ou coisas do tipo. Essa pessoa quer que o reino de Deus seja implantado neste mundo, mas o olhar dessa pessoa está fixado no reino vindouro de Jesus Cristo quando Ele vier sobre as nuvens para levar sua igreja.


Será que esse tipo de atitude dos apóstolos e até dos diáconos (Estevão era um diácono) foi somente para a época deles ou podemos também agir da mesma forma hoje?

Sabemos que Jesus é o mesmo ontem, hoje e eternamente (Hebreus 13:8). Se é assim, então nada mudou em relação a Ele. Se temos poucos com a mesma atitude dos apóstolos não é porque Deus não age da mesma forma ou que Ele tenha mudado, mas sim porque os cristãos atuais mudaram sua atitude para com Ele.


Acredito piamente que temos pessoas ainda hoje com a mesma atitude dos apóstolos. Podemos ver isso principalmente nos missionários que foram enviados para lugares onde a perseguição é ferrenha e que correm risco da própria vida. Esses com certeza entenderam seu lugar no reino de Deus e estão dando muitos frutos.


Mas me pergunto: e eu? Eu tenho essa atitude frente às coisas ruins desse mundo ou estou mais preocupado em evitá-las e levar uma vida o mais tranquila possível?


E você leitor, o que pensa a respeito?

Que o Senhor te abençoe e te guarde!

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