por Marcelo S. Pereira
Que a paz do Senhor esteja sobre você e toda sua casa.
Hoje quero tentar entender juntamente com você sobre alguns ensinos de Jesus no evangelho de João, capítulo 8.
Vamos começar com três versículos:
“Eu lhes disse que vocês morrerão em seus pecados. Se vocês não crerem que Eu Sou, de fato morrerão em seus pecados".
(Versículo 24)
“Então Jesus disse: "Quando vocês levantarem o Filho do homem saberão que “Eu Sou”, e que nada faço de mim mesmo, mas falo exatamente o que o Pai me ensinou.”
(Versículo 28)
“Respondeu Jesus: "Eu lhes afirmo que antes de Abraão nascer, Eu Sou! "”
(Versículo 58)
Logo de cara, podemos notar que esses três versículos possuem em comum a frase “EU SOU”. Se lermos todos o capítulo veremos que nos três versículos é Jesus quem profere essa frase e a utiliza para referir-se a si mesmo.
Depois de Jesus expressar pela terceira vez essa frase, os fariseus pegaram em pedras para o apedrejar. É importante entendermos o motivo deles tentarem fazer isso.
O motivo é que eles compreenderam o que Jesus queria dizer, ou seja, Jesus estava afirmando que era igual à Deus. Vamos tentar entender isso estudando como o Senhor Deus se revelou a Moisés. O texto está em Êxodo 3:13,14:
“Moisés perguntou: "Quando eu chegar diante dos israelitas e lhes disser: O Deus dos seus antepassados me enviou a vocês, e eles me perguntarem: Qual é o nome dele? Que lhes direi?
Disse Deus a Moisés: Eu Sou o que Sou. É isto que você dirá aos israelitas: Eu Sou me enviou a vocês.”
Por isso, nenhum judeu usava a frase “EU SOU”, pois ela deveria ser usada somente para Deus. Para o judeu daquela época era inconcebível alguém usar a frase “EU SOU”. Ao usar essa frase a pessoa estaria se fazendo igual à Deus e ninguém é igual à Deus, pois há somente um Deus.
Segundo a religiosidade daqueles sacerdotes eles estavam certos e Jesus estava blasfemando. Por isso, Jesus era passível de ser condenado à morte.
Agora, quando pensamos no ministério de Jesus percebemos que ele veio a este mundo, entre outras coisas, para nos revelar a maneira correta de nos relacionarmos com Deus. Em seu ministério Jesus nos revela que existe um só Deus sim, mas que existem três pessoas distintas dentro da divindade. É por isso que o chamamos de Deus trino ou falamos em termos de trindade.
Para fazer a associação dele mesmo com Deus Pai, Jesus faz várias afirmações durante todo esse capítulo. Jesus afirma que ele veio de cima, que ele não era desse mundo, que ele foi enviado pelo Pai.
Essas afirmações deixaram os fariseus furiosos a tal ponto que eles chegaram a dizer que Jesus estava endemoninhado e, para piorar ainda mais a situação, eles chegaram até a querer matar Jesus.
Jesus respondeu à acusação de que estava com demônio dizendo que na verdade eram os fariseus que tinham o diabo como pai, pois a atitude deles naquele momento era a de homicidas. Essa associação que Jesus faz de homicidas com o diabo está baseada na afirmação do próprio Jesus de que o diabo "foi homicida desde o começo". Podemos ver isso no versículo 44.
Isso me faz pensar.
Os fariseus chamaram Jesus de endemoninhado e Jesus retruca dizendo que eles eram filhos do diabo. Embora as acusações sejam parecidas, temos uma diferença. Jesus foi acusado por aquilo que disse e por aquilo que fez, embora as falas e ações de Jesus mostravam que ele vinha de Deus. Ninguém antes de Jesus tinha realizado tão grandes obras na vida das pessoas. Alguns eram ressuscitados, outros eram curados de cegueira de nascença, outros ainda eram levantados de sua condição de deficientes físicos.
Quando percebemos isso chegamos à conclusão de que as acusações dos fariseus não faziam sentido.
Agora, se analisarmos as acusações de Jesus em relação aos fariseus, constatamos que elas refletiam exatamente aquilo que eles falavam e faziam. Eles queriam matar a Jesus, ou seja, queriam matar um justo; queriam matar alguém que vinha de Deus. Eles estavam agindo da mesma forma que seus antepassados fizeram ao perseguir e matar vários profetas.
Durante o capítulo, Jesus mostra que seus ensinos e atitudes eram a constatação de que ele vinha do Pai.
Muitos hoje em dia não querem ouvir falar de Jesus por que aquilo que Jesus disse e fez leva as pessoas a um momento de decisão: ou o aceitam ou o recusam.
Aceitar a Jesus leva a pessoa obrigatoriamente a uma mudança de vida. A pessoa tem de deixar seus pecados, tomar a sua própria cruz e seguir a Jesus. Esse seguir a Jesus pressupõe que a pessoa o aceita como Senhor (ou seja, como Deus) e Salvador.
Rejeitar a Jesus leva a pessoa a manter a sua vida do modo que ela está. Para usar uma expressão muito comum hoje em dia, a pessoa fica em sua zona de conforto., porém o que muitos não aceitam é que isso desagrada a Deus e agrada ao inimigo de Deus.
Voltando à discussão entre Jesus e os fariseus, percebemos que os fariseus se orgulhavam por serem filhos de Abraão. Com relação a isso, Jesus faz o contraponto com ele mesmo, mostrando que os fariseus eram desse mundo, enquanto Jesus se identificava como vindo do céu; ele vinha de Deus.
Neste momento, preciso ser sincero e me questionar se as minhas falas e atitudes estão mostrando às pessoas a minha volta que eu sou realmente um filho de Deus. Será que tenho me identificado como cidadão do céu? O apóstolo Pedro fala algo a respeito disso em sua primeira carta, no capítulo 2 e versículos 10, 11 e 12. Vamos ler:
“Antes vocês nem sequer eram povo, mas agora são povo de Deus; não haviam recebido misericórdia, mas agora a receberam.
Amados, insisto em que, como estrangeiros e peregrinos no mundo, vocês se abstenham dos desejos carnais que guerreiam contra a alma.
Vivam entre os pagãos de maneira exemplar para que, naquilo em que eles os acusam de praticarem o mal, observem as boas obras que vocês praticam e glorifiquem a Deus no dia da sua intervenção.”
Veja que o apóstolo Pedro nos identifica como estrangeiros e peregrinos neste mundo, ou seja, somos de outro lugar, somos cidadãos dos céus!
Você que está lendo essa mensagem até aqui conseguiu identificar a semelhança entre como Jesus falou com os fariseus e como o apóstolo Pedro se referiu àqueles que são do povo de Deus e como eles devem agir quando acusados de praticarem o mal?
Para finalizar, neste capítulo encontramos também a conhecida frase dita por Jesus: “conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. Isso está no versículo 32.
É claro que existem muitos ensinos de Jesus neste capítulo, mas quero retirar dele que a grande verdade é que Jesus é Deus e que quem acredita nisso está liberto de tudo aquilo que a prende às coisas deste mundo. Essa coisas impedem a pessoa de ter um relacionamento sincero com Deus.
Tenho me incentivado a ter um relacionamento sincero com Deus e você?
Deus te abençoe e te guarde!
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