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  • Marcelo Salles Pereira

Paulo, Um Líder Mediador

Paulo, um imitador de Cristo, por várias vezes evitou exigir seus direitos e tenta ensinar o mesmo a Filemon.




Texto de Referência


Filemon Cap. 1 | NVI

14 Mas não quis fazer nada sem a sua permissão, para que qualquer favor que você fizer seja espontâneo, e não forçado.

15 Talvez ele tenha sido separado de você por algum tempo, para que você o tivesse de volta para sempre,

16 não mais como escravo, mas muito além de escravo, como irmão amado. Para mim ele é um irmão muito amado, e ainda mais para você, tanto como pessoa quanto como cristão.

17 Assim, se você me considera companheiro na fé, receba-o como se estivesse recebendo a mim.



Sumário


 

Introdução

 

Hoje quero falar sobre Paulo, o escravo Onésimo e seu dono Filemon.

 

Paulo, um imitador de Cristo, se coloca como um mediador entre Onésimo e Filemon.

 

A forma utilizada por Paulo nessa mediação demonstra sua inteligência emocional e sua vida cristã.

 

Ele mostra que nem sempre se deve exigir seus direitos. Isso é compatível com a vida de Cristo que poderia ter exigido seus direitos como Deus enquanto esteve neste mundo, mas que, ao contrário, se esvaziou de tudo para morrer na cruz no lugar daqueles que têm uma dívida impagável com relação a Deus.

 

 

Paulo, Um Líder Mediador

 

Paulo escreveu anteriormente na carta que poderia mandar que Filemon obedecesse, porém, ao chegar neste ponto ele age de outra forma. Paulo diz que não queria fazer nada sem a permissão de Filemon.

 

Olha que interessante, Paulo era um apóstolo e tinha autoridade para fazer valer sua vontade, porém ele não agiu assim. Ele preferiu usar argumentos cristãos para levar Filemon a uma reflexão. Paulo queria que a obediência de Filemon não fosse forçada, mas espontânea.

 

Hoje, vemos o pessoal de RH falarem a seus gestores para usarem de inteligência emocional em suas interações com os colaboradores. Eles devem pensar nas pessoas, devem liderar pelo exemplo, porém muitas vezes o discurso é diferente da prática. Quando não há uma liderança pelo exemplo os colaboradores não entregarão tudo que podem, porém, irão entregar tudo que é necessário.

 

A questão corporativa é que entregar o que qualquer um entregaria não resolve. Há muita competição e é necessário ir além do normal. É necessário que o líder seja o exemplo para os colaboradores, ou seja, ele faz o que ele fala.

 

Quando vemos Paulo liderando, vemos tudo que falamos anteriormente. Quem lia suas cartas sabia que Paulo escrevia o que pensava e o que vivia. Paulo liderava pelo exemplo a ponto de dizer que aqueles que liam suas cartas deviam imitar a ele porque ele imitava a Cristo.

 

Somente alguém com muita confiança e que realmente sabia que era um exemplo poderia pedir isso.

 

Então, nesta carta Paulo fala de Onésimo como uma pessoa livre, porém, na verdade, Onésimo era um escravo que tinha fugido de seu dono, Filemon.

 

Paulo chama Onésimo de seu filho, gerado enquanto o apóstolo estava preso. Paulo frequentemente fazia isso, ele chamava de filhos aqueles que ele tinha levado a Cristo. Isso demonstra um profundo afeto de Paulo para com aqueles que eram seus irmãos em Cristo.

 

Onésimo se converteu por intermédio de Paulo e esteve com este por um tempo até que Paulo encontrasse o momento certo de enviá-lo de volta a Filemon.

 

Certamente neste tempo com Paulo, Onésimo aprendeu muito a respeito de Cristo e de como devia viver sua vida cristã. Penso eu que Paulo deve ter conversado com Onésimo e dito a ele que, se Filemon não o aceitasse como um irmão em Cristo livre, então Onésimo deveria servir a Filemon como servo e como cristão. Para escrever isso me baseio em 1 Coríntios 7:20-24:

 

“Cada um deve permanecer na condição em que foi chamado por Deus.

Foi você chamado sendo escravo? Não se incomode com isso. Mas, se você puder conseguir a liberdade, consiga-a.

Pois aquele que, sendo escravo, foi chamado pelo Senhor, é liberto e pertence ao Senhor; semelhantemente, aquele que era livre quando foi chamado, é escravo de Cristo.

Vocês foram comprados por alto preço; não se tornem escravos de homens.

Irmãos, cada um deve permanecer diante de Deus na condição em que foi chamado.”

 

Com esse contexto fica clara a razão de Paulo falar de Onésimo como alguém livre um Cristo e que gostaria que Filemon o recebesse da mesma forma, porém, de forma espontânea. Se Filemon quisesse manter seus direitos, Onésimo já tinha aprendido a ficar na condição em que estava e poderia mesmo assim viver uma vida digna de um cristão.

 

Se olharmos pelo lado de Filemon, Onésimo era seu escravo que fugiu e pela lei ele tinha direito de mantê-lo como escravo. O que Paulo pede é que ele não use esse direito.

 

Em Mateus 18:23-34, Jesus contou uma parábola sobre um rei que estava cobrando seus devedores. Quando chegou em determinado homem que lhe devia uma quantia impagável, o rei lhe perdoou a dívida quando aquele servo lhe pediu que tivesse paciência com ele.

 

É claro que Jesus estava falando de perdão, mas também podemos ver que o rei não exigiu o que era seu por direito por espontaneidade dele. O rei poderia ter feito um acordo com o servo para que este pagasse a dívida aos poucos, mesmo sendo impagável, o rei conseguiria receber pelo menos uma parte da dívida.

 

Perdoar também é não exigir aquilo que é nosso por direito.

 

E é isso que Paulo pede a Filemon, ou seja, que ele perdoasse Onésimo e não exigisse seu direito. Ao não usar seu direito, Filemon teria que recebê-lo como irmão em Cristo, não como seu escravo.

 

Era uma mudança de relacionamento grande para os dois. Onésimo olharia para aquele que no passado foi seu dono como um igual e Filemon teria que olhar para Onésimo não como alguém de quem ele era dono, mas como um irmão em Cristo.

 

Humanamente falando, mudar a forma que vemos outra pessoa exige um certo tempo e esforço. Onésimo e Filemon teriam que ser esforçar para se verem como iguais, porém se eles eram verdadeiros cristãos, então provavelmente conseguiriam alcançar esse objetivo.

 

Quem conhece a Cristo e passa a obedecê-lo e imitá-lo, em teoria, tem menos dificuldade com o perdão e com olhar para outra pessoa, seja quem for, como um igual. Isso se deve ao entendimento que todos somos irmãos em Cristo e que o Senhor faz acepção entre seus filhos.

 

Ao final, Paulo pede que Filemon receba Onésimo como se estivesse recebendo a ele mesmo.

 

Essa frase mostra uma confiança de que Onésimo tinha se transformado em um verdadeiro cristão. Afinal, ninguém se comprometeria dessa forma se não confiasse na pessoa.

 

Paulo tinha tanta confiança de que Onésimo merecia uma segunda chance, por assim dizer, que ele pede para Filemon colocar em sua conta qualquer dívida que Onésimo tivesse com ele.

 

Me parece claro que Onésimo não tinha nenhuma condição financeira de pagar qualquer dívida, então, como um verdadeiro líder, Paulo sugere assumir essas dívidas. Mais uma vez Paulo está imitando a Cristo que assumiu nossas dívidas na cruz do Calvário.

 

Não me parece que Paulo fosse rico e mesmo assim estava se comprometendo financeiramente por outra pessoa. O desprendimento de Paulo com as coisas materiais me faz pensar em nossos dias. Hoje, parece que sempre queremos mais e mais para nós mesmos. Vivemos numa sociedade consumista e dividir não é muito fácil para alguns de nós.

 

Paulo já tinha passado por muitas situações e aprendeu a confiar no Senhor para suprir suas necessidades.

 

Filemon certamente sabia disso e deve ter se sentido pressionado. Paulo era um exemplo a ser seguido e se Filemon cobrasse a dívida de Onésimo ou se colocasse na conta de Paulo, como os outros veriam essas atitudes?

 

Aparentemente, Filemon era um líder da igreja, pois esta se reunia em sua casa. Filemon, aparentemente sendo rico e líder precisou olhar para a liderança e imitá-lo. Uso mais uma vez a palavra “aparentemente” porque a tradição católica diz que Onésimo foi o bispo de Bizâncio entre 54 e 68 d.C. (essa é uma informação contestável).

 

Dessa forma, Filemon deve ter liberado Onésimo de suas dívidas e de sua escravidão.

 

Cristãos são seres humanos como qualquer outro. Temos de tomar decisões que impactam nossas vidas e de outras pessoas. Essas decisões precisam levar em conta principalmente nossa vida com Cristo.

 

Confesso que muitas vezes errei por não levar em conta minha vida com Cristo e exigi meus direitos quando poderia ter apenas perdoado, porém, entendo que isso faz parte do aprendizado de uma vida cristã.

 

E você, o que pensa a respeito? Se inscreva e deixe seu comentário.

 

 

Conclusão

 

Aprendo com Paulo que preciso ter sabedoria antes de querer exigir algum direito. Sabedoria para entender o que está envolvido na situação e o que é mais importante, meus direitos ou o perdão naquela situação.

 

Aprendo que um líder precisa saber se colocar como um mediador, uma espécie de juiz conciliador, exatamente como Paulo já tinha ensinado aos Coríntios.

 

A igreja precisa de pessoas sábias para ajudar os irmãos e irmãs a chegarem a um desfecho para suas demandas condizente com servos em Cristo.

 

Jesus não exigiu todos seus direitos, Paulo não exigiu todos seus direitos, provavelmente Filemon não exigiu todos seus direitos e nós como vamos agir? (não estou dizendo que devemos simplesmente não exigir direito algum, ok?)

 

Que o Senhor te abençoe e te guarde!



 

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