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  • Marcelo Salles Pereira

Tentado, mas sem pecado

Temos um sumo sacerdote que se compadece de nós.



Texto de Referência:


Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado.

Hebreus 4:15




Sumário



Introdução


Compaixão. Essa palavra que tem um significado tão bonito e importante, muitas vezes é esquecida.

Essa é uma das palavras que precisamos colocar em prática. Não basta dizer que temos compaixão de alguém, precisamos efetivamente agir de forma compatível com o significado da palavra. Você pode perguntar: “O que significa compaixão”?

Segundo o dicionário compaixão significa: “Sentimento de piedade com o sofrimento alheio”.

Hoje em dia vemos que o mundo está passando por muita coisa. Alguns de nós pensamos se o Senhor Jesus não está voltando, outros se preocupam com suas famílias e ainda outros com o que vai acontecer com suas posses se as coisas piorarem no mundo, mas poucos realmente refletem no que está acontecendo e escolhem um lado, achando que tudo que esse lado está fazendo está correto. Algumas vezes, dizendo até que não se deve ter compaixão dos inimigos.

Não estou julgando, mas somente constatando algo que está acontecendo. Confesso que eu mesmo tenho muito o que crescer e melhorar para conseguir ter compaixão em determinadas situações, mas como seguidor de Cristo tenho que imitá-lo. Se Ele foi compassivo, eu também tenho que buscar isso em minha vida.

Óbvio que nunca serei tão compassivo quanto Cristo; sou pecador e continuarei a necessitar da graça de Deus e da compaixão e misericórdia dEle, porém preciso me esforçar o máximo que puder para estar o mais próximo daquilo que Deus quer de mim.


Sumo sacerdote Jesus Cristo


O autor de Hebreus está falando do sumo sacerdote Jesus Cristo. Como o próprio autor diz em outra parte, um sumo sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque.

O autor explica que Melquisedeque era alguém “sem pai, sem mãe, sem genealogia, sem princípios de dias nem fim de vida, feito semelhante ao filho de Deus, ele permanece sacerdote para sempre”.

Veja que é dito que Melquisedeque era semelhante a Jesus Cristo, sendo que o sacerdócio de Jesus Cristo foi semelhante ao exercido por Melquisedeque, como dito “segundo a ordem de Melquisedeque.

Aqui é necessária uma explicação. O sacerdócio em Israel era exercido pela tribo de Levi. Daí vem o nome levitas. Todos os sacerdotes deveriam vir dessa tribo. Eles foram separados do restante do povo exatamente para essa função.

Os sacerdotes tinham como uma de suas funções o de oferecer sacrifícios por si mesmos e por aqueles que se chegavam a eles para oferecer seus próprios sacrifícios por seus pecados. Era uma função importante, porém, percebam que os próprios sacerdotes precisavam antes de tudo ter seus pecados perdoados e, para isso, precisavam oferecer sacrifícios por si mesmos. Eles eram como nós, ou seja, também eram pecadores.

Melquisedeque foi anterior ao surgimento da tribo de Levi, então o sacerdócio dele foi diferente também. Não havia a lei mosaica, pois nem mesmo Moisés tinham ainda nascido.

Jesus Cristo nasceu na tribo de Judá, sendo que Ele não poderia ser um sacerdote segundo a lei mosaica, porém, ele se tornou sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque que, como dissemos, foi anterior ao surgimento da tribo de Levi.

Fica claro lendo o capítulo sete de Hebreus que esse sacerdócio de Melquisedeque e de Jesus era superior ao sacerdócio levítico. Isso fica evidente na frase: “Esse Melquisedeque, rei de Salém e sacerdote do Deus Altíssimo”.

Ora, Melquisedeque não era apenas um sacerdote, mas também um rei. Jesus Cristo da mesma forma é sacerdote e rei. Nenhum dos dois tem nada a ver com o sacerdócio levítico.

Que maravilha! O nosso rei e sacerdote é superior a qualquer sacerdote que existe, existiu ou existirá neste mundo. Ele não tem princípio nem fim (Ele é o alfa e o Ômega) e o seu sacerdócio dura para sempre.

Aquele que se compadece de nós


Como vimos, o sacerdócio de Jesus é superior ao sacerdócio dos levitas.

Quando lemos os evangelhos vemos ali sumo sacerdotes que não tinham compaixão alguma, seja do povo em geral ou daqueles que eles julgavam como sendo pecadores.

Podemos ver no livro de Atos um sacerdote que não teve compaixão de Estevão, Paulo.

Paulo estava tão entranhado na religião dos fariseus que ele realmente acreditava que a morte de Estevão era o que devia acontecer. Aqueles que apedrejaram Estevão jogavam suas vestes aos pés de Paulo e este consentiu com tudo, mostrando que aquilo foi aceitável.

Seguir dogmas rígidos não faz ninguém ser melhor do que os outros; só os faz serem mais disciplinados. Bem, a disciplina não é ruim, mas se ela te leva a julgar os outros a ponto de ser tornar uma pessoa orgulhosa e se sentir superior, então ela se torna um problema.

Os disciplinados fariseus não sabiam como sentir compaixão; eles estavam enrijecidos pelas estritas obediências a todas as regras que eles diziam seguir. Não sobrava espaço para sentimentos pelos outros, mas somente uma necessidade extrema de que a lei fosse aplicada, custasse o que custasse.

Por isso, Paulo consentiu com a morte de Estevão. A lei precisava ser aplicada! Não devia haver espaço para a compaixão.

Jesus veio mostrar o verdadeiro objetivo da lei e, em certa ocasião, ele lembrou do que estava escrito no antigo testamento: “Vão aprender o que significa isto: ‘Desejo misericórdia, não sacrifícios’. Pois eu não vim chamar justos, mas pecadores" (Mateus 9:13).

Jesus deu essa resposta ao questionamento dos fariseus aos discípulos de Jesus: "Por que o mestre de vocês come com publicanos e ‘pecadores’?" (Mateus 9:11).

Sim, Jesus se reunia com aqueles que os sacerdotes da época chamavam de pecadores. A rigidez da religião deles não permitia que vissem aquelas pessoas como necessitadas do perdão de Deus e de uma chance de mudarem suas vidas.

Jesus via isso. Ele se compadecia daquelas pessoas à ponto de dizer: "Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes (Mateus 9:12).

Nunca se esqueça dessas palavras.


Tentado, mas sem pecado


Jesus Cristo, assim como nós, foi em tudo tentado, mas de forma diferente de nós, Ele não cometeu pecado.

Se ele fosse um ser humano como os fariseus da época, ele poderia ter se tornado orgulhoso de seu ‘status’ e certamente não se misturaria com o povo e muito menos com os chamados pecadores.

Com temos dito, Jesus era diferente. O fato dele não ter pecado não fez dele alguém orgulhoso, mas ao contrário, ele se esvaziou e, assim, entendendo o que um ser humano passa nesta vida, se tornou compassivo com os pecadores, porém duro com aqueles que eram semelhantes a esses pecadores, mas que não se viam assim; antes se julgavam superiores.

Pense nisso: Aquele que era superior não usou de sua superioridade, mas aqueles que nada eram se julgavam como sendo e achavam que podiam tudo.

Lembre-se que Jesus só pôde morrer por nossos pecados porque Ele não pecou.

Como dito anteriormente, a lei exigia que fossem oferecidos sacrifícios pelos pecados. Alguém precisava morrer no lugar daqueles que realmente mereciam morrer, porém, assim como existiam regras rígidas na escolha dos animais que seriam oferecidos no sacrifício, pois eles não podiam ter nenhum defeito, mancha ou qualquer outra coisa que os tornasse menos do que perfeitos, da mesma forma, Jesus Cristo precisava ser perfeito para morrer em nosso lugar; nós os que realmente somos os merecedores de morte.


Conclusão


Jesus é nosso sumo sacerdote. Ele é aquele que esteve neste mundo para viver uma vida sem pecado e, assim, poder entregar sua vida na cruz do calvário pelos pecadores merecedores da morte.

Existe maior compaixão do que essa?

Que o Senhor te abençoe e te guarde!

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