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  • Marcelo Salles Pereira

A Cura do Homem Cego de Nascença

Vamos analisar a cura do cego de nascença e aprender algo com ela.



Texto De Referência:


Tendo dito isto, cuspiu na terra, e com a saliva fez lodo, e untou com o lodo os olhos do cego.

E disse-lhe: Vai, lava-te no tanque de Siloé (que significa o Enviado). Foi, pois, e lavou-se, e voltou vendo.


João 9:6,7



Sumário


Introdução


Infelizmente, hoje em dia não vemos tanto milagres como foram vistos na época de Jesus e posteriormente dos apóstolos.

Não sei dizer com certeza o motivo. Alguns dizem que a igreja está fria, que ela deixou de acreditar em milagres, que o mundo entrou na igreja, que falta fé etc.

Não estou certo de nada disso, pois quando lemos as cartas dos apóstolos e o Apocalipse, vemos que naquela época existiam os mesmos problemas.

Sim, Jesus disse que no final dos tempos o amor se esfriaria e esse pode ser mais um fator que colabora com o que foi escrito anteriormente, mas quando Jesus contava suas parábolas podemos ver falta de amor em várias delas.

Tudo o que foi escrito tem um objetivo. Um desses objetivos é para que as gerações futuras tivessem um “manual” de como as coisas eram e poderem usar esse “manual” em tempos que as coisas se desviaram.

Por isso, vamos analisar um pouco a cura do homem cego de nascença e tentar tirar lições que nos ajudem a viver uma vida mais plena de Deus hoje em dia.


O Contexto


Jesus estava passando por um lugar e viu, notou um homem cego de nascença.

Ao ver esse cego, os discípulos perguntaram para Jesus quem tinha pecado para que aquele homem fosse cego de nascença.

Ora, o homem cego não poderia ter pecado, pois ele já nasceu cego. Sobrou para os pais dele.

Jesus responde que ninguém pecou para que aquele homem nascesse cego, mas havia uma razão para a sua cegueira. A razão era que as obras de Deus iriam se manifestar nele.

Jesus continua e diz que eles deveriam fazer as obras de Deus enquanto ainda era dia, porém haveria um tempo que a noite chegaria e ninguém poderia trabalhar.

Depois, Jesus diz que enquanto ele estava no mundo ele era a luz do mundo.

Após isso Jesus cura o cego.


A Cura


Jesus estava sempre em movimento. Por estar passando naquele lugar ele pôde notar o homem cego.

Se Jesus ficasse parado em algum lugar, como uma casa, por exemplo, as pessoas precisariam ir até ele e, talvez, esse homem cego nunca tivesse a oportunidade de ser curado.

Nota-se também que muitos passavam por aquele lugar e viam aquele homem. Alguns lhe davam esmolas, mas é bem provável que outros fingiam nem o ver. Quando não queremos agir o mais fácil é fingir que não vemos nada a nossa volta. Precisamos ter cuidado se não estamos deixando passar coisas importantes ou mesmo oportunidades.

Aquele homem tinha um estigma que colocaram nele. Por ser cego, a cultura da época dizia que a cegueira era fruto do pecado de alguém.

Mais tarde os sacerdotes mostrariam essa crença dizendo para esse homem cego que já estava curado que ele tinha nascido todo em pecado.

Quantas crenças aceitamos em nossas vidas sem questionar e sem o Senhor ter dito nada a respeito. Seres humanos falhos criam essas crenças baseando-se no que eles acham e não no que diz o Senhor. Creio que precisamos ter cuidado com esses que tentam nos convencer do que não vem de Deus, mas sim do próprio ser humano. Você que está lendo esse artigo deveria colocar à prova o que está lendo e concluir se está dentro do contexto da palavra de Deus.

Os discípulos por terem crescido naquela sociedade também tinham a mesma crença e, curiosos, perguntam a Jesus quem pecou. Vemos que até aqueles que já andam com Jesus ainda têm dúvidas sobre coisas que são ditas frequentemente e que se tornam “verdades”. A solução? Perguntemos a Jesus e peçamos a Ele para nos ensinar qual é a verdade. Segundo a carta de Tiago, devemos pedir com fé sabedoria e o Senhor vai nos conceder.

Com a resposta de Jesus aprendemos que nem tudo ocorre por causa de pecado. Isso deveria me levar a não julgar ninguém antes de saber o que Deus pensa a respeito. Isso é difícil. O Senhor não fala tanto com o ser humano hoje em dia como Ele falava antigamente. Pelo menos parece ser assim. Você tem visto o Senhor falar de forma clara com seu povo hoje em dia? Comente.

Infelizmente, eu mesmo já fiz isso, julguei alguém por algo ruim que lhe aconteceu. Como eu considerava a pessoa como sendo alguém de Deus, concluí que só podia ser por causa de algum pecado. Que vergonha sinto por isso!

Agora entendo que, com esse pensamento perco a oportunidade de fazer o bem para quem necessita. Aprendi essa lição do homem cego e mudei minha atitude. E você, o que pensa a respeito?

Jesus disse que, enquanto Ele estava no mundo Ele era a luz do mundo e, como luz, vamos ver Ele afastar as trevas do homem cego. É isso que a luz faz. Quando a luz surge, as trevas são dissipadas.

Como ele faz isso? Apenas ordenando que o cego fosse curado?

Não. Na verdade, Ele faz algo inesperado. Ele cospe na terra e faz lodo. Aquilo que servia apenas para ser pisado, a terra, agora está misturado com a saliva que saiu do salvador. Aquilo que ninguém dava valor, por estar abaixo de seus pés, agora seria parte importante de um milagre.

Não há limitação para Deus. Ele pode usar até aquilo que ninguém dá valor para fazer maravilhas.

Os olhos do cego são untados com o lodo. Algo que não tinha valor algum foi usado em olhos que não tinham nenhuma utilidade, porém ainda faltava uma variável: a água, mas não a água de qualquer lugar, mas a água do tanque de Siloé. O próprio texto declara que Siloé significa “enviado”. Nada que está escrito foi escrito por acaso ou sem um objetivo.

Somente a água que vinha daquele que era o Enviado poderia lavar aquilo que era inútil para que surgisse em seu lugar o que era útil.

O cego é curado. Ele, que nunca tinha visto nada, pode ver tudo. O que nunca funcionou passa a funcionar. As trevas foram banidas pela luz.


O Enviado


O Enviado limpa aquele que estava sujo e que, por isso, não conseguia ver com clareza. Este que não via com clareza, ou nem via nada, agora se enche de luz e pode ver as coisas como elas são.

Somente o Enviado pode banir as trevas da vida da pessoa e trazer luz para ela. Ele nos tirou do reino das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor (Colossenses 1:13).

Jesus disse aos discípulos: “Eu lhes envio a promessa de meu Pai; mas fiquem na cidade até serem revestidos do poder do alto". (Lucas 24:49)

Ele diz ainda: “Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre. E isto disse ele do Espírito que haviam de receber os que nele cressem”. (João 7:38,39)

O Espírito Santo é a água e foi o enviado de Deus para nos lavar e nos purificar. Ele nos convence do pecado, que é a sujeira que existe em nós antes de conhecermos e aceitarmos a Jesus como nosso Senhor e Salvador.

Agora pergunto: como queremos viver nossas vidas? Queremos ser transportados do reino das trevas para o reino de luz do Filho de Deus? Queremos ser lavados na água do Espírito?

Creio que nossa resposta seja sim. É o que todos querem. Uma vida melhor, uma vida de paz, uma vida cheia de amor, mas por que muitas vezes não conseguimos ter esse tipo de vida?

Em minha opinião é por causa de nosso egoísmo, de nosso orgulho, de nossa arrogância. Achamos que podemos fazer qualquer coisa porque hoje em dia tem pessoas dizendo que somos ilimitados. Me dá vontade de rir disso, pois o nosso corpo já nos limita, para não falar de nossa capacidade mental, que pode ser ampliada, mas está limitada a um cérebro que não é ilimitado.

Vejamos a atitude do cego. Ele certamente ouviu Jesus cuspindo. Ele não sabia onde nem porque Jesus cuspiu, mas ele ouviu.

Depois, ele deve ter ouvido Jesus fazendo o barro e não devia estar entendendo nada. Ele ficou calado. Por quê?

Na verdade, ninguém tinha lhe perguntado nada; ninguém tinha lhe dirigido a palavra, mas ele ouviu a conversa de Jesus com seus discípulos. Ele deve ter sentido o julgamento nas palavras dos discípulos dizendo que, ou ele tinha pecado ou seus pais.

Ele também ouviu a resposta de Jesus, desprovida de julgamento, mas provida de consolo. Não era uma questão de pecado. Isso deve ter tirado uma carga pesadíssima de seus ombros. Ele deve ter se acalmado com isso.

Ele ouviu Jesus dizer que o problema dele existia para que se manifestasse nele as obras de Deus. Isso deve ter enchido ele de esperança, pois antes de Jesus ninguém tinha lhe falado algo semelhante; as obras de Deus seriam manifestadas na vida dele. Pense em alguém que deve ter ficado feliz. Ele sabia que, se Deus ia se manifestar nele, então só poderia vir algo de bom disso.

O que viesse a acontecer depois disso era a manifestação de Deus na vida dele. O cuspe de Jesus na terra e a formação do lodo. A colocação do lodo em seus olhos. A ordem para ir e se lavar no tanque de Siloé.

Ele não diz nada; apenas obedece.

Será que deveríamos ter a mesma atitude do cego hoje em dia?

Creio que sim. Talvez precisemos ouvir mais ao Senhor. Ele fala de muitas formas diferentes: através da palavra dEle, através de uma pregação, através de um louvor (desde que seja realmente de alguém que teme a Deus e não de um mero artista), através de alguém à nossa volta, através da oração etc.

Precisamos estar atentos quando o Senhor falar. Pode acontecer de orarmos ao Senhor esperando uma resposta e essa resposta vier de alguém que a gente não esperava e, por isso, não prestamos atenção.

O cego estava prestando atenção a tudo à sua volta e não perdeu sua benção.

Interessante é que o cego, após sua cura, não viu aquele que o curou, mas viu os seus vizinhos que, espantados, logo começaram a dizer que era ele, mas outros diziam que era alguém parecido com ele, mas que não era ele. Pensemos em quem conhecemos e como, muitas vezes, eles não se alegram com algo de bom que nos acontece, mas apenas ficam curiosos e nos fazem perguntas, falam de nós como se não merecêssemos etc.

No meio dessa “discussão”, o próprio cego dizia a todos que era ele mesmo. Aí lhe perguntaram quem o tinha curado. Ele, que nem tinha visto a Jesus, assim como nós não o vimos, já começou a testemunhar, dizendo que o homem Jesus o tinha curado.

Temos testemunhado daquilo que o Senhor Jesus tem feito por nós?

Após seu testemunho, os questionamentos continuaram e lhe perguntaram onde Jesus estava. Ele não mentiu, ele disse que não sabia. Não precisamos mentir, pensando que isso pode ajudar em nosso testemunho. Se não sabemos, então digamos que não sabemos.

Depois, levaram o cego para os fariseus o questionarem e, aqui, é impressionante como o cego responde com coragem. Ele tinha acabado de ser curado e não era um seguidor de Cristo ainda. Ele não tinha muito conhecimento, mas ele respondeu com aquilo que ele sabia.

Não tenhamos vergonha de não saber determinadas coisas, mas tenhamos coragem de falar e testemunhar daquilo que temos visto e ouvido da parte de Deus.

O que acontece depois daria um outro artigo. Incentivo a você que leia o capítulo 9 do evangelho de João para aprender com mais detalhes tudo o acontece na vida deste homem.

Só quero deixar aqui algumas poucas considerações.

Nas respostas desse homem para os fariseus aprendemos algumas coisas. Ele não mente, não volta atrás para evitar ser banido do templo, enfrentando aqueles que poderiam fazer isso com ele, ele chega até a ensinar os fariseus que eram considerados os maiores conhecedores da lei e que, por isso, colocavam cargas pesadas nos ombros dos israelitas.


Conclusão


Creio que o estudo desse homem que foi cego de nascença, mas encontrou a luz de Jesus e foi curado nos ensina muito de como devemos agir nos dias em que vivemos.

Quando lermos as histórias bíblicas, procuremos o que podemos aprender com elas, pois elas estão lá justamente para isso, para nos ensinar.

Apenas ler a Bíblia rapidamente apenas para satisfazer nossa consciência não nos ajuda em nada. Leiamos bons livros que ensinam a palavra de Deus. Vejamos bons ensinadores da palavra, bons pregadores e, o mais importante, coloquemos em prática o que aprendemos.

Que o Senhor te abençoe e te guarde!

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