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  • Marcelo Salles Pereira

A Oração De Intercessão Do Rei Ezequias

Vamos analisar essa oração de Ezequias em favor de alguns do povo de Israel.



Texto de Referência

 

2Crônicas 30:18-20 NVT

 

A maioria dos que vieram de Efraim, Manassés, Issacar e Zebulom não havia se purificado. Mas o rei Ezequias orou por eles e foi permitido que comessem a refeição pascal, embora isso fosse contrário aos requisitos da lei.

Pois Ezequias orou: “Que o Senhor, que é bondoso, perdoe aqueles que resolveram buscar o Senhor, o Deus de seus antepassados, mesmo que não estejam devidamente purificados conforme os padrões do santuário”.

E o Senhor ouviu a oração de Ezequias e perdoou o povo.



Sumário

 

 

Introdução

 

Intercessão. Essa palavra é tão importante na vida da igreja de Cristo. A palavra significa “pedir ou solicitar algo para outra pessoa”.


Nós fazemos isso através da oração. Intercedemos principalmente por nossa família, pois são os que estão mais próximos de nós, mas alguns intercedem por todo o corpo de Cristo. Que maravilha é isso!


No Antigo Testamento temos várias orações de intercessão, mas quero escrever sobre uma específica, pois não foi feita por um profeta nem por um sacerdote, mas por um rei.


Vamos ao texto.

 

 

O Contexto

 

Começo com a reflexão de que esse texto deixa claro que o Senhor olha o coração das pessoas, não os rituais, embora esses não devam ser desprezados. Os ritos devem ser observados com um coração cheio do Senhor, senão são apenas ações frias e repetitivas.

Me parece que muitas vezes seguimos mais a ritos do que a busca por um coração cheio do Senhor. A ordem bíblica é:

 

“não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito;”

Efésios 5:18

 

Se orássemos e jejuássemos mais, buscando conhecer a vontade do Senhor não cairíamos em frieza espiritual. Como poderíamos se O estamos buscando de todo coração?


Um coração frio é aquele que faz as coisas apenas por fazer, por estar acostumado; é apenas um hábito e hábitos são executados sem pensar.


Paulo nos diz o seguinte:

 

“Portanto, irmãos, rogo pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês.”

Romanos 12:1

 

Nosso culto precisa ser racional e isso quer dizer que precisamos nos oferecer como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus. Precisamos oferecer tudo o que somos no culto.


Quanto ao contexto de nosso texto de referência, o rei Ezequias enviou mensageiros por todo Judá e Israel, chamando o povo para ir ao templo em Jerusalém e celebrar a Páscoa do Senhor.


Os mensageiros foram ridicularizados na maioria dos lugares por onde passaram, porém alguns das cidades de Efraim, Manassés, Issacar e Zebulom ouviram os mensageiros e passaram a buscar ao Senhor.


Tenha em mente que nesta época Israel estava tomada pela idolatria a outros deuses. Eles tinham deixado o Senhor e seguido os deuses de outros povos ao redor. Os que ridicularizaram os mensageiros o fizeram porque não acreditavam mais no Senhor. Alguém aí consegue ver alguma relação com os dias atuais nos quais muitos são ridicularizados por pregarem a são doutrina da palavra de Deus?


Os que ouviram os mensageiros de Ezequias e começaram a buscar ao Senhor não tinham se purificado devidamente para participar das festividades do templo. Provavelmente, essas pessoas não tinham conhecimento de como se purificar antes de ir ao templo e participar da Páscoa, afinal elas estavam afastadas do Senhor, não tinham o conhecimento de Deus.


Aqui vemos a importância de a igreja ter pessoas que sejam portadoras das boas novas da salvação e que saibam ensinar aos que estavam afastados e que agora querem buscar ao Senhor.


Ezequias, como rei e como alguém temente ao Senhor não quis mandar as pessoas de volta, dizendo-lhes que não podiam participar da festa por não terem se purificado.


Ezequias se mostra uma pessoa sábia e ele mesmo ora ao Senhor. Penso que isso deveria ter sido feito pelos sacerdotes, que eram os responsáveis pela vida espiritual e por ensinar a lei ao povo. Talvez, por não quererem abrir uma exceção, eles decidiram não fazer nada e esse caso chegou ao rei.


Enfim, Ezequias fez o que deveria ser feito, ou seja, ele buscou ao Senhor em oração e o Senhor o ouviu. O povo que estava afastado dos caminhos do Senhor pôde comer a refeição pascal e voltar a comunhão com o povo de Deus.


Precisamos notar que houve uma quebra da lei; o próprio texto diz isso, porém, a lei não foi quebrada pelo desejo de um ser humano, mas segundo a aprovação do Senhor:

 

“Mas o rei Ezequias orou por eles e foi permitido que comessem a refeição pascal, embora isso fosse contrário aos requisitos da lei.”

 

A rigidez dos fariseus nos tempos de Jesus realmente parece exagerada. Me pergunto como que eles liam e entendiam esse texto. Como que eles ensinavam?


Irmãos e irmãs em Cristo, temos uma liberdade de buscar ao Senhor e isso é muito claro na palavra de Deus. Não nos deixemos escravizar por aqueles que se dizem cristãos e ficam impondo regras sem a ordem e permissão de Deus. Somos livres para buscar e conhecer a vontade de Deus para nossas vidas.


Lembrem-se que existe somente um mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem. Não existe mais véu, nem templo que nos impedem de buscarmos diretamente a Deus. Somos templos dEle.


Isso não quer dizer que não devamos ir à igreja, mas apenas que não dependemos dela para estarmos em comunhão com Deus. A igreja é importante para aprendermos a palavra de Deus e estarmos em comunhão com nossos irmãos e irmãs em Cristo.


Não deixemos de congregar!


 

A Oração de Intercessão Do Rei Ezequias

 

Creio que Deus não se deixa levar por elogios, embora Ele seja digno de recebê-los. Digo isso porque nesta oração Ezequias começa “elogiando ao Senhor” ao dizer que o Senhor é bondoso.


Aqui não temos apenas um “elogio”, mas uma verdade a respeito de Deus. Deus é bom, certo?


Agora, perceba que Ezequias usa apenas esse adjetivo, nenhum outro. Ele não diz que o Senhor é justo, grande, todo poderoso, onisciente, onipresente ou qualquer outro adjetivo. Ele usa apenas “bondoso”.


A resposta que Ezequias precisava dependia da bondade de Deus, afinal ele estava orando por pessoas que não tinham seguido estritamente os padrões do santuário e que queriam participar da Páscoa do Senhor.


Esse início da oração mostra que Ezequias usou de uma estratégia, de algo pensado, não de algo repetitivo e sem nenhuma relação com o que ele ia pedir ao Senhor. A oração de Ezequias foi curta, mas feita corretamente e com um coração cheio de amor por aqueles israelitas que queriam participar da festa.


Não quero dizer com isso que sempre que falarmos com o Senhor precisamos usar de uma estratégia, pois isso também seria algo frio e repetitivo, não colocaríamos o coração na oração. Quero dizer que neste caso específico Ezequias precisava de uma estratégia, pois, como disse, haveria uma quebra da lei. Essa não era uma oração costumeira, mas bem específica.


Logo depois de dizer que o Senhor é bondoso, Ezequias pede perdão ao Senhor por aqueles que não estavam purificados conforme os padrões do santuário.


Ele pediu ao Senhor perdão por outros, ou seja, ele intercedeu por aquelas pessoas, se colocando como mediador. Naquela época o mediador era o sumo sacerdote que, uma vez por ano, no dia da expiação entrava no Santo dos Santos com uma expiação de sangue diante do propiciatório e apresentava ao Senhor a oferta expiatória por ele e por todo o povo.


Esse tipo de oferta tem o caráter de intercessão por ser apresentada por uma pessoa em favor de outras. Fazemos isso quando oramos por nossa família, amigos, irmãos da igreja etc.


Então, o sumo sacerdote era um intercessor, um mediador entre Deus e o povo.


Neste texto que estamos estudando vemos que o mais importante não são os ritos ou padrões do santuário, mas o coração das pessoas.


Ezequias, não sendo sacerdote agiu como um, intercedendo pelo povo, que por sua vez estava com o coração ardente, buscando ao Senhor. O Senhor, que deu a lei, também tem o poder de aplicá-la da forma que Ele considerar justo.


Todos sabemos que o Senhor olha o coração das pessoas, sabemos que ele não quer sacrifício, mas obediência. Aqueles que não tinham conseguido se purificar a tempo de participar da festa da Páscoa estavam com seus corações voltados para o Senhor e Ele respondeu concedendo o que Ezequias pediu em favor do povo.


Vemos aqui o valor da intercessão por outras pessoas. Intercessão é saber que muitas vezes a outra pessoa não consegue buscar ao Senhor por si mesma por nem saber como fazer isso. Esse era o caso aqui. Aquelas pessoas precisavam de ajuda para poderem participar da Páscoa.


Por fim, nunca nos esqueçamos que também temos um intercessor, um mediador entre nós e Deus, Jesus Cristo:

 

“Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem, o qual a si mesmo se deu em resgate por todos: testemunho que se deve prestar em tempos oportunos.”

1 Timóteo 2:5-6 | ARA

 

 

Conclusão

 

Nesse texto aprendemos que obedecer e ter um coração voltado para o Senhor, buscando a Ele da forma correta e querendo estar no meio daqueles que o adoram é mais importante do que apenas seguir ritos e padrões frios, robóticos, que não tem um envolvimento mental e espiritual da pessoa.


Deus é quem vê o que está em nosso coração. Se estivermos com um coração correto perante Ele, então estaremos em condições de participar da igreja que Ele mesmo instituiu, estando em comunhão com os irmãos e irmãs em Cristo, tendo a certeza de que pertencemos à igreja invisível que subirá com o Senhor Jesus para sempre estar com Ele no céu.


Como frequentemente faço, peço que leiam a Bíblia Sagrada e busquem compreensão com os homens e mulheres que receberam do Senhor o presente de escreverem e ensinarem a palavra dEle da forma correta (não me refiro a mim mesmo, ok?). Nos alimentemos da palavra de Deus.


Que o Senhor te abençoe e te guarde!




 

Dicas de Leitura


Primeiramente, sempre a Bíblia Sagrada.



A oração intercessória de Jesus

por Warren W. Wiersbe



Este livro é um estudo prático dos principais temas da Oração Sacerdotal feita por Jesus descrita no Evangelho de João capítulo 17.

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